quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

PANTEÍSMO X CRISTIANISMO

O que é Panteísmo?
"É uma doutrina filosófica caracterizada por uma extrema aproximação ou identificação total entre Deus e o universo, concebidos como realidades conexas ou como uma única realidade integrada".

Bom, o panteísmo é uma crença em um deus imanente. Tudo o que existe, e todos que existem, compõem deus. Por isso, o universo e deus são idênticos para o panteísmo. E portanto, os panteístas não creem em um deus pessoal e criador.

Panteísmo é religião?

C.S Lewis diz que "Se 'religião' significa simplesmente o que o homem diz a respeito de Deus e não o que Deus faz em relação ao homem, então o panteísmo é quase uma religião. Neste sentido em análise final, a 'religião' possui apenas um inimigo realmente formidável, a saber, o cristianismo."

Se compararmos o panteísmo com o cristianismo, podemos estabelecer a seguinte relação: o primeiro seria como a velha teoria atômica, uma suposição da mente humana que não está completamente errada, mas que precisa de correção. Enquanto que o segundo, teologia cristã, seria como a física quântica, complexa e firme. 

Mas a visão que se tem hoje é diferente. Muitas pessoas, por terem crescido em um ambiente cristão, veem o cristianismo como uma visão muito infantil de Deus, pois o que lhes foi apresentado desde de quando eram crianças, foi uma descrição muito óbvia demais, em suas percepções. E por isso acabam achando que o panteísmo possui um conhecimento adulto, por representar um deus, aparentemente, sublime e misterioso.

Paralelos entre panteísmo e cristianismo:

A onipresença de Deus é concordância entre ambas as partes, porém, o panteísmo acredita que Deus está difundido em todas as coisas, enquanto que o cristianismo diz que Deus está totalmente presente em cada ponto do espaço e do tempo, mas localmente não se acha em nenhum deles.
A intimidade com Deus também é um ponto de convergência, mas enquanto o cristianismo vê essa relação como a de criador e criatura, o panteísmo diz que as "criaturas" são partes do "criador", não havendo então, nem criatura e nem criador.
Dessa forma, o deus panteísta está presente tanto nos homens bons quanto maus, não podendo ser nem bom e nem mau (obviamente). Enquanto que para o cristianismo, Deus se faz presente nos homens, mas não em todos, só em alguns; e principalmente, de forma única, em Jesus Cristo; sendo maximamente Bom.

Muitas panteístas não gostam da imagem de um "Deus pessoal" do cristianismo, mas quase que sem perceber, concebem Deus, não em termo suprapessoal, mas em termos do que é subpessoal. Já a teologia cristã, admite que Deus é suprapessoal,  e admite que Deus contém três "pessoas", embora permaneça um Deus único. Porém, admite também que se existe algo além da personalidade, isto seria incompreensível. 

O panteísta poderá perceber que o cristianismo, ao contrário do que antes percebia, não é assim tão estabelecido, ingênuo e infantil. Mas de qualquer forma, poderá mudar a tática e culpar o cristianismo de ter trindades muito confusas. 

O cristianismo afirma que Deus é o Criador, não podendo ser e fazer parte de outras coisas, pois caso contrário, jamais poderia ter dado existências a tais coisas. Portanto, Deus é Único e Absoluto.
E o panteísmo tem obscurecido essa visão, obscurecido a perfeição de ser Deus criativo e Criador. 

Lewis admite que "Se devemos ter uma imagem para simbolizar o Espírito, é preciso representá-lo como algo mais pesado que a matéria".

E aí, há que se perguntar: Onde está o deus misterioso e sublime? 

Deve-se reconhecer uma coisa: a repulsa ou a não aceitação dos homem de um Deus que seja retratado como Homem, não está simplesmente contido nesse fato, mas sim porque fizeram de Deus, um rei. Por isso, os panteístas creem em um deus que nada faz, e portanto, nada exige. "Ele está ali quando o solicitam, como um livro numa prateleira. Não irá persegui-lo".
Sua onipresença efeito algum tem sobre os homens, pois seu olhar jamais alcançará homem algum.



Referências:
LEWIS, C.S. Milagres. Editora Vida, 1947. 216 p.




2 comentários:

  1. Na natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma (Lavosier)/ Einstein, outro adepto do Panteísmo depois que largou o Judaísmo citou a Equivalência da massa em que energia não pode ser criada ou destruída. A Criação é somente um intervalo delimitado pelo homem para uma constante transformação (Evolução de Charles Darwin). A Ciência direciona ao Panteísmo.

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  2. E se considerar a Teoria da Relatividade, a massa e energia são duas formas de mesma coisa e uma não existe sem a outra. O que sustenta a ideia de que tudo no universo se deriva e se converte de uma só fonte, Big Bang ou o próprio Deus.

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