quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

A MEDIDA DO AMOR É AMAR SEM MEDIDAS

28 fevereiro 1


Quão grande é o seu amor por Cristo?

Aquele que se deu inteiramente por nós na Cruz merece todo o nosso amor, todo o nosso ser. Não há como amar sem se doar, e a doação a Deus não deve ter limites, pois, Deus não colocou nenhum limite para se doar a nós; tanto que se fez homem, para cumprir em plenitude o Santo Sacrifício.

O Evangelho de hoje (Mc 9, 41-50) revela o ápice dessa doação. Se quereis amar a Deus, nada havereis de querer mais do que passar a eternidade com Aquele que é o próprio amor, e se nada pode ultrapassar esse anseio, coisa alguma se imporá frente à isto, de modo que os limites se esvairão, a ponto de cortares uma mão, um pé, um braço e arrancar até os dois olhos. Quê importa a materialidade passageira dessa vida comparada a eternidade no Reino de Deus? As tristezas logo passarão e serão consoladas pelo Senhor, se não houver receio em renunciar à vãs alegrias.

Pequenas renúncias já são capazes de comprometer o bem-estar do homem. Mas quando são feitas com amor, os espinhos que perfuram a carne são capazes de exalar um doce e suave perfume, e a dor é transformada em amor. Não é fácil fazer como os santos fizeram, mas não podemos deixar de imitá-los, pois assemelhar-se á eles é tornar-se semelhante Àquele que se entregou por nós.

Nossas atitudes podem escandalizar nosso próximo, e sobre isso, Nosso Senhor é bem claro: “se alguém escandalizar um desses pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço”. Nossos pecados podem escandalizar os nossos irmãos, aqueles que ainda são pequenos na fé, por isso, é necessário olharmos para nós e questionarmos: “Estou sendo espelho de Deus?”. Nossos pensamentos, atitudes, palavras e o nosso corpo de modo completo deve exalar o perfume do Espírito Santo.

Arrancar uma mão, um pé, um olho, às vezes significa fugir de más conversas e más companhias, desviar certos pensamentos impróprios, desviar os olhos de cenas inconvenientes, silenciar em momentos inadequados, cobrir o corpo com modéstia e pudor... Aquilo que vestimos, falamos e o modo que nos comportamos são capazes de levar junto de nós o outro a cair em pecado. Não sejais hipócritas, não é inocente aquele que leva o outro ao pecado, atentais ao que Jesus disse, ai daquele que cometer escândalo!

Pequenas e grande renúncias são necessárias. Os espinhos podem doer no início, mas não vos preocupeis, o Senhor mesmo encarregar-se-á de tornar os espinhos que perfuram vossa carne mais suaves, e o doce e suave perfume que surgirá será o do amor.

Não esqueçais: bem-aventurados os que que choram, os que sofrem perseguição, os que têm fome, os pobres de espírito... Nosso Senhor Jesus Cristo consolará todos os que sofrem em Seu Nome, e finalmente, Aquele que amou sem medidas será amado sem limites. 

"A medida do amor é amar sem medidas" Santo Agostinho

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

BREVE EXORTAÇÃO ÀS IDEOLOGIAS

20 fevereiro 0


Mais vale a ação benevolente do que a reclamação rigorosa! Atualmente, notamos “tradicionalistas” mais preocupados com a conduta das outras pessoas do que com o amor ao próximo. Querem uma Igreja que lhes sirva, no entanto, não querem servir a Igreja, e quando há uma pobre alma sedenta do amor de Cristo e o servindo no altar tudo o que essas víboras fazem é reclamar e destilar o seu veneno atacando mais uma vítima. Não sou “progressista”, tenho amor à Tradição, mas não me afeiçoo por esses grupos de palpiteiros que só sabem exigir a perfeição de uma humanidade imperfeita, são crianças egocêntricas e sua tarefa é reclamar e apontar o que está errado. Não obstante, não sujam suas mãos, querem uma pureza externa e um coração frio; estão “limpos”. Entendi que nesse percurso temporário que é a vida humana, o mínimo que se faz deve ser bem feito para Nosso Senhor Jesus Cristo, não reclamar e fazer tudo com amor, ser casto, pobre e obediente e amar o próximo mesmo quando ele te fere com o veneno de sua língua podre. Somos odiados e rejeitados pelas ideologias impregnadas dentro da Igreja... “Modernistas” que balbuciam línguas errantes, “tradicionalistas” acusadores e frios, heréticos e até mesmo apostatas. Mas tudo isso passa porque só Deus basta e sua Igreja até o fim dos tempos. Queria eu me localizar em algum grupo, mas sei que a Verdade não é uma escolha, porque se é a Verdade eu não preciso escolher, devo apenas acolher e obedecer a Aquele que morreu por mim!

Escrito por Jhonathan Taborda

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

O REI ESCONDIDO

12 fevereiro 0

Diante do altar, nas espécies do Pão e do Vinho,
Encontra-se o Rei da coroa de espinhos,
Revestido de esplendor e glória aos que enxergam além do véu,
Sendo levados como que ao céu.

Na indissociável união entre o presbitério e o calvário
Há um Deus que torna-se presença real,
Alimento espiritual,
Que é consequência direta do Santo Sacrifício.

Vivo na Igreja continua sua obra salvífica,
Com a finalidade de nos transformar e saciar,
E sobretudo, amar.

Amor que antecipa o paraíso,
Toca-nos em união íntima
Correndo o risco de fazer-se novamente vítima.

Escondido na aparência de pão,
O Rei escondido revela sua humildade,
Trazendo-nos o céu,
O qual chega a nós por meio de sua infinita Bondade.

Na perfeita comunhão,
É fonte de vigor,
Remédio da imortalidade,
Que dá vida ao coração.

Diante deste mistério de fé,
Do amor encarnado,
Toda reverência prestada é pouca,
Todo joelho dobrado é irrisório,
Toda adoração insuficiente.

Ao Santíssimo Sacramento,
Graças e louvores a todo momento! 


















Escrito por Beatriz Back

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

O AMOR DIVINO ENCARNADO: A SAGRADA EUCARISTIA COMO SACRAMENTO DE CARIDADE

01 fevereiro 0


“O amor Divino Encarnado: A Sagrada Eucaristia como sacramento de Caridade” é uma obra escrita pelo Cardeal Raymond Burke, publicado em 2017 pela Editora Ecclesiae. Esse livro trata-se de um tratado espiritual que resume o Magistério do Papa João Paulo II, em sua encíclica Ecclesia de Eucharistia, e do Papa Bento XVI em sua Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis. 

A matéria tratada neste livro é preciosíssima para a compreensão da Sagrada Eucaristia em plenitude. Ultrapassando a fronteira conceitual, estende-se á reflexões teológicas e filosóficas a respeito das relações existentes entre o Corpo de Cristo, a Santa Igreja, os Sacramentos, a Virgem Santíssima e a vida espiritual e pessoal do cristão, que deve ser moldada pela Comunhão com Cristo. É através da participação sacramental no Banquete Eucarístico que o cristão é capaz de melhor compreender o que fazer para evangelizar, em um mundo ateu, materialista e secular – missão tão defendida pelo Papa São João Paulo II.
A hóstia, que é alimento espiritual de nossas almas, é a nossa força e deve ser um sinal de esperança, como coloca o Papa:
“Nós sinais humildes do pão e do vinho transubstanciados no seu corpo e sangue, Cristo caminha conosco, como nossa força e viático, e torna-nos testemunhas de esperança para todos. Se a razão experimenta os seus limites diante deste mistério, o coração iluminado pela graça do Espírito Santo intui bem como comportar-se, estranhando-se na adoração e num amor sem limites” (Ecclesia de Eucharistia, n°62).
A primeira parte, após o prefácio e a introdução, é dedicada a reflexões sobre a Ecclesia de Eucharistia, encíclica que manifesta a Eucaristia como “fonte e centro da vida cristã”. Nessa seção, há um destaque para aquilo que é a Eucaristia e para a sua função na Igreja.

A verdade profunda que se esconde no Sacramento da Sagrada Eucaristia é “a sua inseparabilidade da Paixão, da Morte e da Ressurreição de Cristo”, que se encontra na Santa Missa, sacrífico do Calvário. Por isso, comungar não é simplesmente participar do Banquete Eucarístico, é “uma participação no sacrifício de Cristo”, pois, o sacrifício do Calvário e o sacrifício da Missa são indissociáveis. Para crer neste mistério de fé, é necessário ao cristão a verdadeira fé, que vê além do véu das espécies do pão e do vinho, para enxergar Nosso Senhor Jesus Cristo substancialmente presente nas espécies transubstanciadas pelo Sacerdote, que atua in persona Christi, em comunhão com o Espírito Santo.

A última Ceia, que é a primeira Eucaristia, continua a se repetir em cada Santa Missa celebrada pelo mundo, sustentando assim a unidade da Igreja, dos vários membros de Cristo. Ao comungar, tornamo-nos um só corpo com Cristo – Cabeça e membros, - portanto, nos unimos com todos os nossos irmãos e irmãos no mesmo amor.

Esta repetição da Última Ceia evidencia a apostolicidade da Eucaristia, a qual “chegou até nós através da sucessão ininterrupta do ministério apostólico”. O Sacramento da Ordem, instituído por Cristo antes de sua Paixão, preserva o sacrifício da Missa e permite a comunhão com Cristo a aqueles batizados que convergem com a fé Católica e estão aptos a receber a Sagrada Eucaristia. Para obter esta “mínima dignidade”, todos os esforços e toda reverência nunca é excessiva. Nada melhor do que recorrer àquela que é a “mulher eucarística”, Mãe de Deus, quem primeiro recebeu a Eucaristia. Através de sua maternidade eclesial e da escola de Seu Imaculado Coração, ela pode nos levar a ter uma verdadeira Comunhão com seu Filho e a oferecer uma perfeita ação de graças – inspirada nos moldes do Magnificat.

O Papa São João Paulo II ainda nos recorda da dignidade da celebração Eucarística, a qual deve ser inspirada na Última Ceia: simples e solene. “Ela é o modelo para os ritos que foram se desenvolvendo na Igreja ao longo dos séculos cristãos”, que por sinal, acabaram por sofrer alguns abusos pela criatividade e adaptação dos sacerdotes. O conteúdo dessa matéria foi muito bem exposto pelo Papa Emérito Bento XVI, em sua Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, em que coloca a estrutura da celebração Eucarística, apresentando as exigências que devem ser respeitadas pelo Padre e, também, observando algumas dificuldades e problemas que ocorrem durante a Santa Missa, as quais surgiram após o Concílio Vaticano II (exemplo: inculturação).

Além disso, o Cardeal Ratzinger deixa claro o modo do cristão prosseguir para ter uma participação ativa, plena e frutuosa na Missa, que se resume em estar profundamente interiorizado, recolhido e em silêncio durante alguns momentos; e também em realizar jejum eucarístico e a confissão sacramental.

Toda esta obra, escrita pelo Cardeal Burke, chama a atenção para a verdade sobre a Sagrada Eucaristia, que é o Sacramento central da Igreja, sendo fonte e centro da vida cristã. O livro é capaz de conduzir o leitor cristão a compreender verdadeiramente Nosso Senhor sacramentado e a eficácia de sua comunhão, e a sentir-se levado a ter uma vida eucarística, de caridade perfeita.

Para finalizar, deixo-vos uma fala do Papa São João Paulo II, que exprime a verdadeira adoração que devemos ter diante de Nosso Senhor Jesus sacramento:
“Diante desta extraordinária realidade ficamos atônitos e abismados: como é grande a humildade condescendente com que Deus Se quis ligar ao homem! Se nos detemos comovidos diante do Presépio contemplando a Encarnação do Verbo, como exprimir o que se sente diante do altar onde, através das pobres mãos do sacerdote, Cristo torna presente no tempo o seu Sacrifício? Só nos resta ajoelhar e em silêncio adorar este mistério supremo da fé.” (São João Paulo II, Carta do Santo Padre aos Sacerdotes por ocasião da Quinta-feira Santa de 2004, 28 de março de 2004, n° 2).


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