Neste momento, uma sensação inusitada me invade, um sentimento desconhecido, uma mistura de alegria e temor. Finalmente, terminou esse período da minha vida que durou exatamente quatro anos. Longos anos? Curtos? Difícil dizer. Para muitos, passar por uma universidade é uma conquista muito sonhada. Para outros, é um requisito necessário para viver. Mas para mim, foi uma batalha. Não porque foi "difícil", no sentido que é comumente atribuído. Admiro aqueles que passam por uma universidade e realmente enfrentam grandes dificuldades, pois se deparam com um currículo que, pelo menos minimamente, leva a sério o conhecimento e a verdade (o que não foi o meu caso). Mas afinal, qual foi minha "batalha"? Foi enfrentar um combate que exige grande prudência. Um combate externo, mas, sobretudo, um combate interior. Esse combate remete a uma realidade longeva, comum aos perseguidos por causa da verdade. Viver em uma época que despreza e desconsidera de modo absoluto a existência da verdade (absoluta!) pode trazer consequências danosas à alma. Adentrar em uma universidade pode ser um grandioso combate espiritual para uma alma cristã, a qual é vilipendiada neste ambiente hostil. Não surpreende nem um pouco que em um discurso presente na minha colação de grau, tenha-se ressaltado a importância do "bem", do "belo" e do "amor", sendo este último substituído pelo verdadeiro componente da tríplice: a verdade. O amor é inseparável da verdade, mas é claro que uma sociedade que acredita que o amor está separado do sacrifício, não é capaz de compreender essa relação. Para a alma cristã que vive unicamente pelo amor e pela verdade, frequentar o ambiente universitário é enxergar toda a miséria dessa incompreensão, deturpação, desprezo, ilusão. É deparar-se, muitas vezes, com uma falsa e vazia intelectualidade, com uma imoralidade tremenda e uma perversão que as vezes parece sem limites. E como poderás tu, ó alma cristã, preservar-te pura e imaculada diante disso? Buscando à Cristo, a própria Verdade. Minha trajetória pela universidade foi marcada por altos e baixos, mas não permiti que minha alma fosse corrompida pela mentira. Principalmente os últimos anos, foram marcados por muita oração e edificação espiritual, a qual é imprescindível para uma vida intelectual. Cumpri com todos os meus deveres enquanto acadêmica, prestei atenção nas aulas, realizei todos os trabalhos, avaliações, apresentações, estágios, leituras e interações. Mas não deixei de buscar a verdade. Sabia desde antes de adentrar na universidade, que raramente a encontraria lá, por isso, li livros, confrontei ideias e persegui o verdadeiro conhecimento, o qual encontra-se nos ombros de gigantes; aqueles mesmos que são tão desprezados, caluniados ou simplesmente desconhecidos por parte do corpo acadêmico. No entanto, sinto que fiz pouquíssimo. Surge então um sentimento paradoxal: o do dever cumprido se despedindo e o do dever a ser cumprido me chamando. Qual será minha nova jornada? Talvez uma boa parte dela seja ainda desconhecida, mas de uma coisa estou certa: ela estará fundida à verdade, embora vá cruzar ainda com demasiadas contradições.
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