terça-feira, 2 de janeiro de 2018

SOL E LUA: FENÔMENOS DO AMOR



Eu vi um homem que avistava o sol, exatamente como todos os homens o veem em seu sentido natural: como um borrão brilhante, nem um pouco límpido, no entanto, muito claro. Sua luz irradiante permitia o homem enxergar com clareza todas as demais coisas existentes. Porém, quando a noite aparecia, sua luz se desvanecia na lua, que embora fosse límpida aos seus olhos, impossibilitava o homem de enxergar o que havia ao seu redor, obscurecendo sua visão. Tudo se tornaram sombras e lampejos, comparado a lucidez do dia. Tudo então se tornou escuro, exceto a fonte de luz que permanecia no céu, a lua, mais que límpida, resplandecente e perceptivelmente cômoda. Mas, sua lucidez cegava o homem em relação ao restante, roubando o brilho de tudo o que havia; completamente oposta à sua fonte originária, que embora não fosse lúcida, abria os seus olhos, dando brilho à tudo o que há. Eram adversas em sua finalidade e adversárias àquele homem que as via, embora assim não fosse à outros que ao olharem compreendiam realmente e acolhiam a completude destes fenômenos que ocorrem todos os dias. Para homens de tal sensibilidade isso ocorria, e ocorre sempre, para revelar o propósito da real existência da vida humana, que deve abrir-se a transcendência, pois foi além dos limites da razão do homem que ela se originou. Para elas, tais fenômenos vêm como uma espécie de simbolismo, representando o amor que recebemos e o Amor a qual somos convidados a contemplar. Porém, aquele homem que vi negava sempre tal convite, fechando-se em um lugar de quatro paredes e fixando seu olhar em luzes que não eram de fontes secundárias, nem terciárias, mas muito mais distantes e perigosas. Dessa forma, o homem fechava todos os dias os olhos à beleza autêntica da vida, enquanto apreciava um mundo de beleza pobre e corruptível que o deixava doente. Pobre homem, que embora compreendesse o movimento da luz em termos da ciência, não podia o compreender em termos poéticos, e por isso mesmo, muito mais verdadeiros. Pobre homem, que embora compreendesse e até admirasse o movimento do sol e da lua, não era capaz de compreender o que estava por trás disso tudo. Não compreendia que nesses movimentos refletia-se o propósito atual e mais sublime para todos os homens: de ora olhar para dentro, ora olhar para fora; contemplando sempre a beleza do amor, embora em perspectivas diferentes.

Autoria de Beatriz Back.

4 comentários:

  1. muito bom, conheço pessoas assim, eles conhecem a lua sabem da onde vem já viram o seu brilho sabem pelo menos a essência da luz e até já tiveram a experiência, mas são como animais só o conhecem pelo reflexo da água mas nunca olham pra cima.

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  2. Muito bom! Dá uma olhada no meu blog:
    http://sobregirassoisepicosnevados.blogspot.com.br/
    Espero que goste!

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