Eu vi um homem que
avistava o sol, exatamente como todos os homens o veem em seu sentido natural:
como um borrão brilhante, nem um pouco límpido, no entanto, muito claro. Sua
luz irradiante permitia o homem enxergar com clareza todas as demais coisas existentes.
Porém, quando a noite aparecia, sua luz se desvanecia na lua, que embora fosse
límpida aos seus olhos, impossibilitava o homem de enxergar o que havia ao seu
redor, obscurecendo sua visão. Tudo se tornaram sombras e lampejos, comparado a
lucidez do dia. Tudo então se tornou escuro, exceto a fonte de luz que
permanecia no céu, a lua, mais que límpida, resplandecente e perceptivelmente
cômoda. Mas, sua lucidez cegava o homem em relação ao restante, roubando o
brilho de tudo o que havia; completamente oposta à sua fonte originária, que
embora não fosse lúcida, abria os seus olhos, dando brilho à tudo o que há.
Eram adversas em sua finalidade e adversárias àquele homem que as via, embora
assim não fosse à outros que ao olharem compreendiam realmente e acolhiam a
completude destes fenômenos que ocorrem todos os dias. Para homens de tal
sensibilidade isso ocorria, e ocorre sempre, para revelar o propósito da real
existência da vida humana, que deve abrir-se a transcendência, pois foi além
dos limites da razão do homem que ela se originou. Para elas, tais fenômenos vêm como
uma espécie de simbolismo, representando o amor que recebemos e o Amor a qual
somos convidados a contemplar. Porém, aquele homem que vi negava sempre tal
convite, fechando-se em um lugar de quatro paredes e fixando seu olhar em luzes
que não eram de fontes secundárias, nem terciárias, mas muito mais distantes e
perigosas. Dessa forma, o homem fechava todos os dias os olhos à beleza
autêntica da vida, enquanto apreciava um mundo de beleza pobre e corruptível
que o deixava doente. Pobre homem, que embora compreendesse o movimento da luz
em termos da ciência, não podia o compreender em termos poéticos, e por isso
mesmo, muito mais verdadeiros. Pobre homem, que embora compreendesse e até admirasse
o movimento do sol e da lua, não era capaz de compreender o que estava por trás
disso tudo. Não compreendia que nesses movimentos refletia-se o propósito atual
e mais sublime para todos os homens: de ora olhar para dentro, ora olhar para
fora; contemplando sempre a beleza do amor, embora em perspectivas
diferentes.
Autoria de Beatriz Back.
Muito bom! <3
ResponderExcluirmuito bom, conheço pessoas assim, eles conhecem a lua sabem da onde vem já viram o seu brilho sabem pelo menos a essência da luz e até já tiveram a experiência, mas são como animais só o conhecem pelo reflexo da água mas nunca olham pra cima.
ResponderExcluirMuito bom! Dá uma olhada no meu blog:
ResponderExcluirhttp://sobregirassoisepicosnevados.blogspot.com.br/
Espero que goste!
Que texto incrível!
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