No
princípio era o Amor, e o Amor se rebaixou ao que era finito para doar-se a si
mesmo pelos que eram finitos, libertando-os do fim da morte ao abrir-lhes a
porta para a eternidade, para uma eterna comunhão de amor com Ele. A porta está
aberta, e Ele nos chama: "Vinde até mim!". E embora sua proposta seja
de máxima excelência e satisfação, muitas vezes a imperfeição do homem o induz
a recusá-la.
Até
quando?
Até
quando o homem irá recusar a doce bebida do amor, para tomar o cálice de sua
própria destruição? Até quando o homem irá aceitar sujeitar-se à uma vida
pobre e materialista, quando lhes é oferecido o paraíso? Até quando o homem
beberá da alegria em fontes mundanas enquanto lhes é oferecido beber da alegria
diretamente da fonte da alegria? Até quando o homem procurará o amor nas coisas
visíveis, quando ele está nas coisas invisíveis e perenes? Até quando o homem
manter-se-á diante da porta? O que o impede de entrar?
Mesmo
quando lhes é dado a graça de ver e entender a maior prova de amor que já lhe
foi dada, o homem recusa-se a aceitá-la por inteiro. O que foi realizado jamais
será apagado. A porta que foi aberta jamais será fechada. Porém, o homem tem de
decidir passar por ela.
Quem
abriu a porta os espera do lado de dentro, no entanto, seu amor é tão grandioso
que Ele vem buscar os homens no meio do caminho e levá-los ao que lhes foi
preparado. Seu convite é doce, e embora seja como uma brisa suave e um vento
impetuoso, ainda chega aos seus ouvidos a triste e firme resposta de recusa,
como outrora o foi e deu início a dolorosa separação.
No início não havia o "lado de fora", até abrirem
uma porta e fechá-la, levando através dela para fora todos os filhos, exceto
um. Dispersaram-se todas as ovelhas do rebanho, até que, o Filho, o Cordeiro, foi imolado
para a união de todos. Ele,
com seu sacrifício, abre a porta que durante muito tempo estivera fechada e
trancada. Desde então, muitos passaram através dela, voltando ao seu verdadeiro
lar. Mas muitos ainda estão do lado de fora, ludibriados com o que encontraram
deste outro lado. Já outros, estão perdidos e não encontram o caminho de volta
para casa. Quando não lhes vem o ceticismo a fazê-los duvidar da casa, suas
manchas os fazem recusar o convite. Outros estão feridos, mas principalmente à
estes é dado a dádiva de chegarem até a casa. Não por méritos próprios, mas por
sua condição os dar o privilégio de receber um auxílio Daquele que tem um
coração inteiramente misericordioso.
Até
quando continuarão do lado de fora?
O
Perfeito sofreu pelos imperfeitos, o Justo sofreu pelos injustos, o Santo
sofreu pelos pecadores. E os imperfeitos, injustos e pecadores não reconhecem
seu amor. Mas o seu grandioso amor, que o levou a morte, não morreu na cruz.
Seu amor nunca morreu, eterno ele é, e incorruptível ele é. Seu amor brota de
uma fonte que jamais deixa de jorrar, mas que está sempre se derramando. E quão
abençoados e felizes são aqueles lavados pela água que jorra dessa fonte, pois
é a água viva, a qual daquele que dela beber jamais terá sede. O amor que jorra
dessa fonte sacia o coração humano de forma perpétua e completa. E Aquele de
quem vem este amor que se derrama, não desiste de sofrer novamente o calvário
para trazer as ovelhas perdidas de volta ao lar. Se restasse apenas uma ovelha,
não recusaria beber do cálice para trazê-la de volta ao rebanho. Quão grandioso
e espantoso é o seu amor, que morre para dar a vida, que tem misericórdia
infinita! Amor que não desiste, mas que nada impõe. Amor que tem pressa, mas espera.
Amor que é abundante e constrange.
Até
quando resistirão a beberem da fonte? Até quando recusarão as delícias da
eternidade para desfrutarem de imundícies terrenas? No entanto, quem
manter-se-á firme e com o coração endurecido, quando diante de sua própria
miséria reconhecer a sublime e irradiante força da verdadeira Caridade?!
Escrito por Beatriz Back
Continue escrevendo...
ResponderExcluirMais posts.
Abraço e sucesso sempre!
A verdade!
ResponderExcluir